quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Saúde Brasil - Problema na Gestão

Estudo do Banco Mundial: o Setor de Saúde Gasta Mal, Desperdiça e é Mal Gerido!

Está nas manchetes de hoje, a frase acima não é praga rogada, na luta pelo sepultamento definitivo da contribuição Provisória, renascida CSS. Trata-se do estudo "Desempenho Hospitalar Brasileiro", divulgado ontem em SP, elaborado por especialistas do Bird/Banco Mundial, a princípio merecedores de credibilidade, não só pela técnica, mas também pela isenção e imparcialidade.


Nota Vermelha

Numa escala de 0 a 1, chamada 'escore de eficiência', a lastimável média dos 7.426 hospitais foi de 0,34 sendo que apenas 54 hospitais receberam o selo de qualidade. Destes, 43 hospitais estão no Sudeste, 8 no Sul, 3 no Nordeste, 2 no Centro-Oeste e nenhum classificado no Norte.

Os autores do estudo, que abrange tanto a rede pública quanto os hospitais privados, os pesquisadores Gerard La Forgia e Bernard Couttolenc, afirmam que não adianta ter apenas mais recursos, sem ter como gastar bem. Outro aspecto importantíssimo é o fato do nosso sistema de saúde ter o hospital como o centro de tudo.

Saúde Órbita em Torno do Hospital

Então, o cidadão acaba sendo atendido em um equipamento, público ou privado, de alta complexidade quando, na verdade, precisaria apenas de um procedimento médico simples. Esta centralização levou ao gasto de 67% com a rede hospitalar, de um total de R$ 196 BI gastos em saúde em 2006. A média da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) é de 55%. Estima-se que 30% destes gastos são com internações desnecessárias. Em suma, poderia se fazer muito mais, com os recursos disponíveis

Governança Hospitalar: Autonomia com Responsabilidade

Os modelos de governança hospitalar que têm mais autonomia, mas com responsabilização de seus gestores, são melhores em termos de desempenho que os demais, com administração pautada pelos quesitos de qualidade, desempenho e produção. O Brasil já tem uma referência forte a respeito, que são as OSS (Organizações Sociais de Saúde), implantadas nos últimos 10 anos pelo Estado de São Paulo.

Segundo os especialistas do Bird, este modelo é de alta performance, de gestão autônoma, mas com responsabilidade. Têm indicadores e monitoramento de desempenho, responsabilização dos gestores dos recursos, fiscalização técnica e financeira, gestão de contrato, e prestação de contas transparente.

Remédio é a Boa Gestão

Para que tenhamos firme a necessidade de gestão profissional dos recursos de saúde, destacamos mais um entre os dados estarrecedores do estudo: a taxa de ocupação dos leitos hospitalares está em 37%, na média, mostrando que, ainda que haja pessoas morrendo por falta de hospitais em nosso país, eles estão lá.

Não é a falta de hospitais a doença maior de saúde no Brasil e sim a falta de administração. É lógico que mais recursos e hospitais sempre serão bem-vindos, nem país em construção como o nosso. Mas não basta jogar dinheiro e bater na cartola. Na hora em que bem administrarmos o nosso Brasil, vamos descobrir como podemos ser muito mais com menos.

Não podemos continuar desperdiçando esforços e riquezas, com tanta necessidade e pobreza em volta. Temos que fazer valer nossa competência e cuidar de nossos interesses, e o futuro será hoje mesmo.

Eduardo Buys
Blog do Varejo
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