quinta-feira, 10 de abril de 2008

Business Information x Intelligence ?

O BI como Business Information , ou Business Intelligence? O primeiro artigo que li me fez imediatamente lembrar que, à frente da coordenação de um comitê de processos, logo após a implantação “demo” do BI no hospital, eu pude constatar , que ao analisar os horários de pico de atendimento do Pronto Socorro ( e estava lá, contrariando todas as estatísticas de atendimento em um determinado Código Internacional de Doença – CID) , registrado de que o horário de maior fluxo de atendimento , nos últimos 3 meses, era depois da meia-noite , o que me fez prontamente concluir de que apenas as guias do P S estavam sendo registradas pela madrugada, dada ao excesso de atendimento com o surto de dengosos e a falta de RH a contento. Vamos valorizar a inteligência analítica empresarial do Davenport! Lorena Telles Pinheiro ,Administradora Hospitalar . Foi corrigido a falha no processo. de RH, bien sûr!

A Saúde dos Negócios em Saúde

por Eduardo Elias Farah

10/04/2008

Atuação e intenção dos envolvidos determina a prosperidade do setor

As empresas de saúde precisam ter saúde para sobreviverem e cumprirem com seu papel. Ter saúde pode, de forma simplificada, ser entendido como ser próspero. Mas o que faz diferença neste setor para se ter um negócio próspero?

A questão é bastante ampla e complexa, pois existem muitos fatores que irão influenciar os resultados de um negócio em saúde. Sabemos sobre a necessidade de se ter custos muito bem administrados, processos e fluxos internos bem planejados e cumpridos, tecnologia apropriada de equipamentos e no uso da informação, estrutura física e recursos adequados, posicionamento de marketing e comunicação específicos, direcionamento claro das tomadas de decisão, entre outros.

Antes de continuar com essa análise, e ir direto ao que realmente entendo que faz a diferença, vale a pena uma rápida reflexão do que vem a significar ser próspero na área. De forma simplificada, é possível dizer que prosperidade é algo que traz resultados positivos para todos os stakeholders, como donos/acionistas, funcionários, médicos, pacientes, fornecedores, meio ambiente, sociedade e governo. Isso significa contribuir efetivamente para todos os envolvidos.

Como estamos falando sobre saúde, esse é um negócio que precisa efetivamente ajudar no processo de cura das pessoas. Assim, entre os muitos elementos importantes da sua gestão, dois podem fazer a diferença. O primeiro deles é a atuação (e por que não dizer, união) entre médicos e profissionais de saúde envolvidos; e o segundo elemento é a real intenção desses envolvidos.

Os estudiosos da cadeia de valor em saúde percebem que um médico costuma ter um grande poder de influência, já que é por ele que quase sempre passa a especificação e/ou o direcionamento das necessidades dos pacientes. Incentivar o melhor de cada médico envolvido é essencial para o sucesso de qualquer negócio. Para fazer isso, é importante entender a realidade desta classe profissional e o que pode ser feito para auxiliá-la. Assim como em qualquer profissão, e com a medicina não é diferente, existem profissionais que colaboram e que "atrapalham" os processos. Mais do que isso, um mesmo médico pode contribuir de um jeito ou resistir de outro, dependendo da situação. Neste momento é importante: 1) fugir de qualquer estereótipo ou julgamento; e 2) focar nas formas que podem estimular as qualidades desses profissionais. Isso pode ser feito a partir de várias ferramentas que incluem educação, diálogo, programas de relacionamento, sistemas de informação, lógica e valores de remuneração, coaching, entre outros.

Já tive a oportunidade de presenciar diversas situações de conflitos e ouvir muitas opiniões em relação aos médicos. Essas diferentes idéias, vindas de profissionais e dirigentes de empresas que atuam na área de saúde, indicam os médicos às vezes como uma solução e outras como um problema deste setor. Entendo que o médico seja parte dos dois lados em questão e, portanto, cabe aos dirigentes puxar o melhor desses profissionais para que a solução prevaleça. Diretamente relacionado a esta necessidade, temos o segundo ponto que faz a diferença nos negócios em saúde: a real intenção por detrás da empresa.

Esta intenção pode até estar expressa na missão, visão e valores da organização, mas o fato de estar escrito não significa que ela seja verdadeira. Para gerar efetivo resultado, essas idéias precisam estar incorporadas nas decisões e nos atos, principalmente naqueles oriundos da liderança. Clareza nas ações, compromisso positivo e integridade são os elementos que inspirarão os médicos e todas as pessoas envolvidas a dar o seu melhor e, assim, contribuir à cura do paciente, seja em uma atuação direta ou indireta.

A intenção "positiva" é tão importante quanto difícil, pois envolve um determinado nível de consciência das pessoas envolvidas. Nem sempre estamos maduros para reconhecer e admitir as limitações ou contradições das nossas intenções, sendo necessário um trabalho específico para que isso seja atingido. Um dos primeiros passos nesta direção é fazer um diagnóstico de todas as incoerências da empresa, já que a verdade não está naquilo que é dito, mas sim naquilo que acontece na prática. É preciso coragem para se fazer um trabalho cuja finalidade é olhar para os fatos que não condizem com as intenções. Entretanto, é daí que vem uma certeza e força de vontade para fazer o que precisa ser feito. Por si só, esta atitude inicial gera uma força que influencia no despertar da motivação interna de cada um.

De maneira concreta, entendo que a empresa, seja um hospital, um sistema pagador, uma indústria farmacêutica, um laboratório de análises clínicas, ou qualquer outra organização da área, tem que decidir para qual direção seguir, fugindo daquelas "belas frases" e daquilo que os outros gostam de ouvir. Só existe uma coisa que pode inspirar e estimular o comportamento positivo e engajado de forma perene de um diretor, de um médico e de qualquer ser humano: é a sensação da certeza de seu valor, que é o próprio valor humano na prática. O levantamento da realidade e da verdade da organização, sem busca de culpados, admitindo os problemas que acontecem, mesmo que não sejam agradáveis de se ver, é a porta de entrada para este novo ambiente.

Com um profissional e uma intenção bem equalizados, todos os outros itens necessários tendem a acontecer de forma melhor. E a combinação disso tudo junto é que vai gerar um negócio próspero na área de saúde. Se você tiver dúvidas sobre as possibilidades, uma pergunta pode ajudá-lo: em que tipo de empresa você gostaria de passar o resto de sua vida? Se você quiser fazer parte de uma empresa que privilegia o seu compromisso com as pessoas e com a intenção de ajudar na cura, então provavelmente você encontrará outros ao seu redor que também queiram. Assim, já começou o ciclo da prosperidade.


Eduardo Elias Farah é professor da FGV, consultor e sócio da Chama Azul Business Care, empresa de consultoria e treinamento voltada à unificação entre os negócios e valores humanos. E-mail: edu@chamaazul.com.br