quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

Saúde é coisa séria e exige profissionalização

Existe um movimento de busca pela eficiência por parte das operações de empresas de serviços médicos e de saúde como nunca se viu antes. Com um mercado interno mais aquecido devido ao bom momento da economia brasileira, a busca incessante pela otimização dos custos e melhoria do nível de atendimento tem sido essencial para se obter êxito num mercado cada vez mais competitivo.

A situação de hoje demanda maior agilidade e eficiência nos modelos de gestão desenvolvidos por administradores hospitalares (em alguns casos, médicos de formação), o que envolve também os prestadores de serviços que reembolsam os procedimentos médicos. A necessidade de se criar indicadores de qualidade na saúde também sinaliza a mudança de perfil do profissional deste setor. Algumas entidades privadas já implementaram, inclusive, metodologia Balanced Scorecard, mostrando um movimento sem volta na profissionalização do setor.

O aumento do poder aquisitivo da população permitiu o acesso aos planos de saúde e empresas de serviços relacionados. Este incremento da base de clientes desencadeou numa quantidade crescente de pessoas não só com condições financeiras para desfrutar destes serviços, mas também com influência e poder na escolha de operadoras que provejam qualidade e excelência no atendimento.

Há alguns anos, não se via a contratação de executivos em hospitais e prestadores de serviços de saúde. Nas instituições privadas, modelos de gestão mais inovadores eram colocados na gaveta por falta de aderência em ambientes pouco propícios à mudança e quebra de paradigmas.

A situação de hoje é muito diferente: ao se tratar de gestão da saúde, muitas instituições (hospitais, operadoras de saúde, fornecedores de equipamentos, etc.) vêm se preparando para obter certificações de qualidade locais e internacionais. Isto também implica, no médio e longo prazo, em mudanças de cultura e atitude e, conseqüentemente, no comprometimento das pessoas e na sensação de se estar buscando um objetivo comum de melhoria. Claro que não é um processo fácil, em que tudo muda da noite para o dia, mas o mais importante é sensibilizar e fortalecer a capacidade de influência da liderança.

Neste contexto, os líderes na gestão de serviços de saúde devem mobilizar suas equipes, mostrando que os benefícios serão duradouros. É preciso ter a visão estratégica de um cenário como um todo e estimular um ambiente que premie os profissionais diferenciados. Num cenário como esse, a mensuração do desempenho por meio de métricas de negócios é essencial na consolidação de um modelo focado em resultados.

No entanto, não só a questão do resultado, mas também a maneira de obtê-lo que determina a conduta e legitima a atitude correta na superação de objetivos. Num mercado cada vez mais complexo em negociação de reajustes junto às operadoras de saúde, a mobilização do fator humano veio para ficar.

Tudo isto implica em busca por talentos. Nesta conjuntura, a FESA testemunhou a demanda crescente de profissionais diferenciados em serviços ligados à saúde num patamar de crescimento de até 30% no recrutamento de executivos em várias áreas, incluindo finanças, operações, comercial, marketing, relacionamento com operadoras, dentre outros.

* André Pasternak é diretor da FESA Global Recruiters
Saúde Business 10.06.08